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Trajetórias e importantes contribuições de Mulheres Negras - Jesus Moura e Lélia Gonzales

O Conselho Regional de Psicologia de Pernambuco - 2 Região (CRP-02) através de sua Comissão de Enfrentamento ao Racismo, em alusão ao décimo ano comemorativo do Estatuto da Igualdade Racial, celebrado no último dia 20 de julho, homenageia trajetórias e importantes contribuições de mulheres negras em nossa sociedade.

Jesus Moura

Mulher negra, Pernambucana, Psicóloga, especialista em Psicologia Clínica de Orientação Analítica, Mestra em Psicologia Social e Professora Universitária. Maria de Jesus Moura é referência nos estudos das relações étnicos raciais em Pernambuco e no Brasil. O foco do seu trabalho é no atendimento de mulheres negras, por constatar ao longo de sua carreira e seus estudos que as demandas raciais não eram ouvidas ou consideradas pelos profissionais da área. Em 2002 colaborou pra elaboração da resolução CFP Nº 18/2002, que estabelece normas para a atuação de psicólogas e psicólogos em relação ao preconceito e à discriminação racial. Foi coordenadora das comissões de Direitos Humanos e Enfrentamento ao Racismo do CRP 02, integrante e uma das fundadoras da ANPSINEP- Articulação Nacional de Psicólogas/os Negras/os e Pesquisadoras/es, sendo também coordenadora do Núcleo de Estudo em Relações Raciais Dandara dos Palmares NUDARA 2017/2019.

Lélia Gonzales

Nasceu no dia 1 de fevereiro de 1935 em Belo Horizonte, MG. Graduou-se em história e filosofia. Posteriormente, concluiu o mestrado em comunicação social e doutorou-se em antropologia política/social. E a partir disso começou a se dedicar aos estudos de gênero e raça. Enquanto professora da rede pública fez de suas aulas de Filosofia espaço de resistência e crítica político-social.  Lélia foi, sem dúvida, responsável pela introdução do debate sobre o racismo nas universidades brasileiras. Nos últimos anos estudou sobre os negros em diáspora e originou o conceito de amefricanidade. Além disso, ajudou a fundar instituições como o Movimento Negro Unificado (MNU), o Instituto de Pesquisas das Culturas Negras (IPCN), o Coletivo de Mulheres Negras NZinga e o Olodum. Sua militância a tornou referência, não só da luta negra como também da luta feminista no Brasil e no exterior. Morreu no dia 11 de julho de 1994, vítima de um infarto.