Cientes da responsabilidade e compromisso que assumimos, escrevemos esta carta para expressar nosso pedido de desculpas pelas violências que cometemos na última APAF, na qual transmitimos erroneamente a ideia de segregação entre lutas indígenas e a luta das pessoas negras, seja pela fala de uma representante do CRP 02, como também pelo silenciamento da maioria dos CRs. Reconhecemos a brutalidade e a injustiça que as comunidades indígenas enfrentaram e continuam a enfrentar, e sentimos por termos reproduzido tais violências.
Queremos expressar nossa solidariedade e dizer que a luta das pessoas negras é irmanada com a luta dos povos indígenas. A opressão, a discriminação e a resistência são experiências que unem nossas histórias e nossas lutas por justiça e dignidade. Estamos juntas nesta caminhada de reivindicação de direitos, reconhecimento e respeito.
A luta por justiça e igualdade de pessoas negras e indígenas não é uma jornada solitária. Como bem disse Ailton Krenak, um dos maiores pensadores indígenas do Brasil, "Não há possibilidade de você destruir a Terra sem se destruir." Esta frase reflete a profunda conexão entre as nossas lutas e a luta pelo nosso planeta, que é nosso lar comum.
Além disso, ecoamos as palavras de Conceição Evaristo, uma das mais proeminentes autoras negras, que afirmou: "A nossa escrita é carregada de memória. A memória histórica do nosso povo." Estas memórias, tanto indígenas quanto negras, são a força motriz de nossas resistências e a base sobre a qual construímos nossas demandas por justiça e reconhecimento.
Também queremos lembrar das palavras de Eliane Potiguara, uma voz potente e necessária na literatura indígena, que em sua obra “Metade Cara, Metade Máscara” fala das dores e das resistências indígenas frente às violências coloniais e contemporâneas. Sua escrita nos inspira a continuar lutando e a nunca esquecer as raízes profundas de nossa ancestralidade e a importância de preservar nossas culturas e territórios.
Pedimos desculpas pelas violências passadas e presentes, e nos comprometemos a revisar nossas práticas que produzem tais violências, sendo aliadas na construção de um futuro em que a justiça e o respeito prevaleçam. Que possamos caminhar juntas, de mãos dadas, na construção de uma sociedade verdadeiramente igualitária e justa, onde todas as vozes sejam ouvidas e valorizadas.
Com respeito e solidariedade.
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