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Falar sobre Saúde Mental é celebrar o Dia Internacional da Síndrome de Down e o Dia Internacional Contra Discriminação Racial

No dia 21 de março são celebradas temáticas que a psicologia destaca por meio de seus posicionamentos e ações, e o Conselho Regional de Psicologia de Pernambuco 2ª Região (CRP-PE) vem a público ressaltar as justificativas do cuidado integral em prol de todas as pessoas ao abranger os assuntos. São eles: Dia Internacional da Síndrome de Down e o Dia Internacional Contra Discriminação Racial. 

Neste ano, o Movimento Dow, uma entidade dedicada a produção de informações qualificadas sobre as pessoas com síndrome de down, propõe uma campanha que convoca as pessoas a fazerem as coisas “Conosco, não por nós”. O objetivo é abordar a deficiência com base nos Direitos Humanos, reivindicando a participação política e social das pessoas com deficiência, que são ainda subestimadas e objetificadas, sofrendo capacitismo.  

Negritamos, porém, que as interações e marcadores sociais têm impactos diferentes nas pessoas e que, em nossa sociedade, existem vários sistemas de opressão que se relacionam entre si. Por exemplo, embora as chances de uma pessoa nascer com um cromossomo 21 extra sejam as mesmas independentemente da cor da pele, a realidade política, econômica, social e cultural, não são. 

De acordo com Yang, Rasmussen e Friedman (2002), a expectativa de vida de uma pessoa com Síndrome de Down negra é 50% menor em relação à expectativa de vida de uma pessoa com Síndrome de Down branca. Um dos motivos para isso acontecer é o racismo. 

A discriminação racial, segundo a Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, é definida como: 

“toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto ou resultado anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício em um mesmo plano (em igualdade de condição) de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública”. 

Considerando isso, reafirmamos o 2° Princípio Fundamental do nosso código de ética profissional: “O psicólogo trabalhará visando promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas e das coletividades e contribuirá para a eliminação de quaisquer formas de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.” 

Por isso, o CRP-PE reitera que é necessário exercer uma prática atenta a nossa realidade. O racismo e o capacitismo ainda exigem políticas de inclusão mais eficazes, além do cumprimento efetivo da legislação para coibir a discriminação e proteger a sociedade como um todo. 

Sendo assim, falar sobre promoção de "saúde mental" às pessoas negras e com deficiência requer atenção às especificidades de cada população e a garantia dos Direitos Humanos, para não reproduzir violências no espaço de cuidado. 

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